Autor: Daniel Gontijo
Há
um tempo atrás, trombei com o interessante artigo "Termos psicológicos
disposicionais e análise do comportamento". Nele, Filipe
Lazzeri e Jorge M. Oliveira-Castro (2010) discutem a
crítica de Skinner sobre o uso de termos mentalistas e vernaculares em
uma ciência do comportamento. Para o fundador do behaviorismo radical,
termos como "inteligência", "extroversão" e "responsabilidade" -- alguns
exemplos de termos psicológicos disposicionais (TPDs) -- seriam inadmissíveis,
porquanto "coisificariam" ou "substancializariam" fenômenos
comportamentais. Se os admitíssemos, correríamos o risco de deixar que
eles tomem para si o papel de explicar certos comportamentos, incorrendo portanto num dos problemas básicos do internalismo.
Mas Lazzeri e Oliveira-Castro veem uma solução para esse impasse: em
vez de tratá-los como entidades, construtos ou variáveis latentes que
causam ou dão início ao comportamento, podemos concebê-los como termos que fazem menção a certas respostas que ocorrem regularmente em certos contextos.