Autor: Daniel Gontijo
Na década de 60, Walter Mischel e colaboradores elaboraram o famoso teste do marshmallow -- um marco importante para as pesquisas sobre autocontrole. Nesse teste, crianças de quatro anos de idade foram deixadas sozinhas em uma sala com um delicioso marshmallow à vista. Se quisessem, poderiam comê-lo imediatamente; mas, se conseguissem aguardar pelo retorno do pesquisador (cerca de quinze minutos), elas ganhariam um marshmallow extra! Deve ser fácil para um adulto, mas cerca de 70% daquelas crianças ficaram apenas com o prato de entrada (Lehrer, 2009).
Na década de 60, Walter Mischel e colaboradores elaboraram o famoso teste do marshmallow -- um marco importante para as pesquisas sobre autocontrole. Nesse teste, crianças de quatro anos de idade foram deixadas sozinhas em uma sala com um delicioso marshmallow à vista. Se quisessem, poderiam comê-lo imediatamente; mas, se conseguissem aguardar pelo retorno do pesquisador (cerca de quinze minutos), elas ganhariam um marshmallow extra! Deve ser fácil para um adulto, mas cerca de 70% daquelas crianças ficaram apenas com o prato de entrada (Lehrer, 2009).
Geralmente,
desejamos controlar as respostas que provavelmente produzirão
consequências aversivas. Um rapaz que corteja uma moça não rirá de seu
cabelo embaraçado (ou levará um fora); um cruzeirense não comemorará o
gol de seu time num bar de atleticanos (ou apanhará); uma garota que
está soluçando em sala de aula prenderá sua respiração e beberá um pouco
de água (ou será amolada por seus colegas). Como uma resposta pode
levar, em diferentes momentos, a duas ou mais consequências, um impasse
pode se configurar. Se nos entregamos a uma dieta deliciosa mas
exageradamente calórica, teremos um corpo cada vez menos esbelto e uma
expectativa de vida paulatinamente reduzida. No desafio bolado por
Mischel e cols., comer o marshmallow resultaria em deixar de ganhar uma
gostosura adicional mais tarde. Afinal, como abrir mão de prazeres
imediatos para obter maiores ganhos futuros?