Autor: Daniel Gontijo
Como a neurociência é um campo interdisciplinar, sua pluralidade paradigmática não é coisa de se espantar. Contudo, há paradigmas que parecem ser mais permeáveis ou ajustáveis a mais níveis de análise. Pode-se, por exemplo, encarar os objetos e eventos relacionados ao comportamento, à fisiologia e até mesmo à bioquímica à luz do cognitivismo. O cérebro poderia ser concebido como uma máquina computacional (que computa ou processa informações), tendo a "codificação", o "armazenamento" e a "recuperação" de informações como alguns de seus processos. Um paradigma abarca não só conceitos e uma teoria, mas também crenças, valores e técnicas particulares. Como venho percebendo, o cognitivismo figura como o paradigma psicológico/comportamental predileto dos neurocientistas. Ainda assim, o mundo das informações parece não ter conseguido abraçar todo o campo das redes neurais, e o linguajar da comunidade neurocientífica procura compensá-lo de outras maneiras.